17 de Novembro de 2015
Notícias Kyb

Montadoras ainda têm gordura para queimar

por Bruno

 

Que a venda de carros amargou queda acumulada de 24,3% entre janeiro e outubro em relação ao ano passado, todos já sabem.

Mas se olharmos com atenção, como anda o panorama das vendas de carros no Brasil?

Não é só a economia que atinge o número de emplacamentos registrados no país. Medidas que privilegiam o transporte público em detrimento do individual, diminuição das velocidades máximas nas vias e o tráfego pesado - velho conhecido dos brasileiros moradores de grandes cidades - são elementos que também passam pela cabeça do consumidor na hora de decidir comprar ou não um veículo.

A indústria automotiva no Brasil caiu muito neste ano, mas acumula crescimento de 140% nos últimos 7 anos, impulsionada pelo entrada de milhões de brasileiros no mercado de consumo, aumento da renda média do trabalhador e barateamento do crédito (ainda que essas características não estejam em voga, elas ainda influenciam e muito ainda o panorama do consumo nacional).

O Brasil tem uma relação carro/habitante considerada baixa pela imprensa especializada: 5,4 habitantes por veículo. Em 2000, havia 8,4 habitantes por veículo.

Proporcionalmente, as grandes cidades estão comprando menos carros, enquanto o interior está comprando mais. Confira a taxa de crescimento do número de emplacamentos de acordo com o tamanho das cidades*

  [caption id="attachment_587" align="aligncenter" width="300"]gráfico vendas *Dados de 2007 a 2013[/caption]

Vemos então uma transposição no volume de compras das cidades grandes para as menores, que em tese ainda não sofrem dos males crônicos gerados pelos automóveis nas grandes cidades.

Outro elemento a ser considerado é o forte crescimento das marcas de luxo: Mercedes-Benz (+44,3%), Audi (+40%) e Volvo (+17,4%). Mercedes e Jeep, montadora do SUV mais vendido do país, inauguraram fábricas em Iracemápolis (SP) e Goiana (PE) em 2015, respectivamente, mais um sinal que a indústria automotiva ainda tem muita gordura para queimar e vendas a realizar numa nação que aprendeu a amar os carros a força de paixão ou políticas públicas que privilegiaram historicamente os veículos rodoviários.