01 de Março de 2016 Multa por excesso de velocidade cresce 35% em São Paulo
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Multa por excesso de velocidade cresce 35% em São Paulo

por Eduardo Ruano

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As autuações de trânsito em São Paulo aumentaram 27,1% em 2015, em comparação com 2014. Uma das causas foi o crescimento de 35% das multas por excesso de velocidade no ano em que a gestão Fernando Haddad (PT) reduziu, a partir de julho, para 50km/h o limite nas principais vias da cidade. Até novembro, das 11 milhões de infrações, um terço foi para motoristas que trafegaram acima da velocidade permitida.

Até novembro de 2015, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e os radares-pistola da GCM (Guarda Civil Metropolitana) multaram 3,8 milhões de condutores em velocidades acima dos 20% permitidos na via, segundo o Painel de Mobilidade, lançado ontem, e que mostra o detalhamento das autuações entre 2013 e o ano passado. Ele revela ainda no mapa da cidade os 923 locais onde há radares.

Segundo Haddad, a divulgação dos dados é uma forma de deixar "transparente" a fiscalização feita na capital paulista. Durante o lançamento, ele e o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, voltaram a afirmar que "não existe indústria da multa, mas da morte", relacionando o desrespeito à lei por parte de motoristas e motociclistas ao número de mortos e feridos no trânsito.

"A arrecadação de multa é irrelevante em termos de orçamento. Os prejuízos materiais, de saúde, de previdência pública associados ao trânsito são um múltiplo do que se pode arrecadar com multa", disse o prefeito. No novo portal, a população pode saber quantas irregularidades foram registradas em cada uma das vias onde há tantos equipamentos eletrônicos quanto as multas manuais feitas por marronzinhos, policiais militares, agentes da SPTrans e guardas-civis metropolitanos.

Para Haddad e Tatto, revelar a localização dos radares e divulgar os dados podem ter uma função pedagógica para que os condutores possam "se policiar em relação às leis de trânsito".

A especialista em trânsito e ex-coordenadora de qualificação humana do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Maria Cristina Hoffmann elogiou a medida. "Deixar o condutor preparado para o que possa acontecer no trajeto dele é interessante, pois ele pode se organizar no caminho", diz ela. "Não é o radar que multa a pessoa, mas o condutor que infringe a velocidade. Acho muito pedagógico a prefeitura dar a opção de ele saber onde tem fiscalização eletrônica."

*Via