por Bruno
Rodar com o combustível na reserva com frequência pode levar ao entupimento dos bicos de injeção ou sobrecarga prematura do filtro de combustível. O motivo é que o combustível, mesmo filtrado, acaba acumulando impurezas que se decantam no fundo do tanque e que podem ser puxadas pela bomba de combustível e entupir componentes do sistema quando há muito pouco combustível no reservatório.
A bomba de combustível fica imersa no tanque e troca o calor gerado por seu funcionamento com o próprio combustível. Rodar com o tanque em nível muito baixo dificuldade essa troca de calor e pode levar à queima da bomba.
Lembrando também que, caso seu carro pare por falta de combustível, você estará cometendo infração média, sendo passível de multa e penalização de quatro pontos na carteira.
Muita gente acredita que rodar com o carro no ponto morto economiza combustível. Mas o que acontece é justamente o contrário. Quando você retira o pé do acelerador e coloca o carro em ponto morto – ou mantém a embreagem acionada – o sistema de injeção entende que o carro está em marcha lenta e injeta mais combustível. Entenda: em uma marcha com alta rotação, o carro consome menos pois a inércia ajuda a mover o veículo. Em marcha lenta, quase 100% do movimento do carro ocorre exclusivamente através da impulsão do motor e da queima do combustível.
No caso da descida de uma serra, a prática da “banguela” também sobrecarrega os freios. Opte por descer serras sempre engrenado.
Descanse os pés no assoalho do carro. Apenas pousar o pé na embreagem pode ocasionar o afastamento do platô do disco de embreagem , causando atrito entre as duas peças, superaquecimento e consequente desgaste desnecessário do disco.
Conduzir o carro sobrecarregado de carga e passageiros força o motor, aumenta o consumo de combustível e agride o sistema de suspensão dos carros, projetado para rodar dentro do limite de peso especificado no manual. Os freios também são exigidos além do normal e a vida útil do sistema pode se abreviar.
Manter o carro parado com a ajuda do motor, controlando o veículo usando apenas acelerador e embreagem prejudica, e muito, o sistema de embreagem e o motor. Esse costume ocasiona o acionamento parcial da embreagem, que causa atrito desnecessário no disco de embreagem. Mas o maior dano ocorre no conjunto do eixo do virabrequim, que depende de folgas axiais e radiais para funcionar de forma adequada junto aos outros componentes. Com o acionamento parcial da embreagem, ocorre o comprometimento da folga existente entre a bronzina do mancal e o eixo do virabrequim, implicando o desgaste prematuro das peças. A correção de tais danos pode sair cara ao motorista, sendo necessário desmontar o motor do automóvel para corrigir as folgas.
Essa mania nada recomendável agride os coxins do motor, peças que absorvem as vibrações do bloco do motor e evitam que elas se propaguem para outras peças do carro e as desregulem ou danifiquem. Com freadas e arrancadas bruscas, você pode encurtar a vida útil dos coxins, trazendo ruídos indesejáveis e trepidações em seu carro. Sem falar, lógico, na queima desnecessária de combustível que as arrancadas provocam.
Em carros com direção comum, essa prática não configura um problema. Já em carros com direção hidráulica, esterçar o volante até o limite, até atingir o final do curso, a pressão do óleo que é bombeado para ajudar no esforço feito pelo motorista no volante sobe a níveis perigosos, forçando bomba e retentores. Em alguns carros, é possível ouvir um chiado conforme o volante se aproxima do limite de virada. Evite essa prática mantendo a direção próxima do batente nas curvas e manobras fechadas, mas nunca encostando no batente.
Essa mania boba e aparentemente inofensiva pode provocar desgaste no trambulador. O trambulador é a peça que transmite a posição da alavanca para a caixa de câmbio. Cada posição é responsável por uma combinação de engrenagens que corresponde a cada marcha do veículo. Uma posição intermediária ou uma estimulação desnecessária do trambulador leva a folgas no sistema e “engasgadas” das marchas, que perdem a precisão da sua combinação de engrenagens.
Essa prática não é recomendável por expor todo o sistema de amortecimento do veículo a uma divisão de peso desigual, forçando consecutivamente as 4 pontas do eixo de forma anormal. A carroceria do carro também sofre com a passagem em diagonal pela lombada. Esse hábito pode provocar torções no bloco do carro que podem resultar na solta de pontos de soldagem e produzir estalos e pequenos ruídos difíceis de serem diagnosticados. As peças e estruturas internas de plástico também sofrem a força de torção, gerando ruídos adicionais e indesejados dentro da cabine. Confira nosso post com o vídeo sobre como passar corretamente pelas lombadas.
Apoiar o pneu da guia para “segurar” o carro em uma ladeira traz danos à estrutura do pneu, favorecendo a criação de bolhas e o desbalanceamento das rodas. Caso esteja inseguro de deixar o carro apenas com o freio de mão em uma descida muito íngreme, engate a primeira marcha do carro.