16 de Março de 2016 9 previsões sobre a transformação do setor automotivo em 2016
Mercado

9 previsões sobre a transformação do setor automotivo em 2016

por Eduardo Ruano

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O smartphone e sua interação com o automóvel, sobretudo com o lançamento de sistemas como Apple CarPlay e o Android Auto, estão mudando não só a forma como os fabricantes se relacionam com os clientes, mas também a maneira como automóveis são comprados, vendidos ou mesmo sua própria natureza como bem de consumo.

Um dos principais provedores globais de serviços de consultoria, tecnologia e terceirização, a Capgemini listou 9 previsões sobre a transformação do setor automotivo em 2016. As questões mais importantes estão relacionadas á propriedade dos dados compartilhados no veículo - quem terá acesso a eles e como os usará? A seguir, as previsões:

1. O carro conectado solucionará seu primeiro crime

Munido de câmeras e sensores, o carro conectado se torna um policial móvel, que monitora as ruas em tempo real e envia os dados para a nuvem. A polícia já conta com dados visuais coletados por câmeras fixas.

Parcerias entre cidadãos e autoridades policiais vão complementar os dados obtidos a partir dessas câmeras fixas com dados da população obtidos a partir dos carros conectados. Esses dados poderiam ser usados como prova em processos criminais  ou mesmo em tempo real, no caso de acidentes.

Neste mês, a General Motors do Brasil divulgou a notificação dos primeiros carros de recuperação de veículo roubado e acidente envolvendo veículos equipados com a tecnologia OnStar no Brasil.

A primeira notificação de roubo de um veículo equipado com o OnStar aconteceu em Osasco (SP). Logo após ter seu Chevrolet Cruze roubado, o proprietário comunicou o fato à polícia e ao Centro de Atendimento do OnStar, que passou a monitorar o deslocamento do automóvel por GPS e, em um momento oportuno, enviou o comando remoto para o bloqueio da aceleração do motor do carro.

Já a primeira notificação automática de acidente ocorreu com um Cobalt de Teresina (PI). O carro se envolveu em um acidente com abertura de airbag, sem feridos. Como o veículo com OnStar possui sistema próprio de telecomunicação, um sinal de alerta foi enviado para a central de atendimento.

2. Disputa entre seguros

A telemática poderá fornecer às seguradoras informações importantes para a solução de sinistros (acidentes). Os dados ajudarão os peritos a tomar decisões que hoje são baseadas em declarações de testemunhas.

3. Quando o carro sem motorista é o culpado

Os carros sem motorista manterão seus altos índices de segurança, mas um acidente em que a culpa será do carro se mostra inevitável. Isso porque, em um futuro próximo, o computador de bordo terá de tomar uma difícil decisão entre dois eventos indesejáveis: colidir com outro veículo ou atropelar um pedestre.

Esse acidente levará à discussão sobre quem é o culpado. A culpa é do fabricante do carro, do motorista ou da tecnologia? O motorista deveria intervir no momento e agir, o que o tornaria responsável pelo acidente? A tecnologia por trás do veículo deveria ser culpada pela decisão? Ou a montadora nunca deveria ter deixado o veículo tomar a decisão?

4. Velocidade média no trânsito de Londres

Dados em tempo real coletados por carros conectados serão reunidos e armazenados na nuvem, para determinar qual a melhor forma de aliviar um congestionamento. Cidades como Londres, a mais congestionada da Europa, poderão controlar o fluxo do tráfego no horário de pico.

Com os dados combinados de milhões de veículos que trafegam na rua, os órgãos de trânsito poderão decidir onde colocar semáforos com a luz vermelha em que a duração pode diminuir o congestionamento. Com o tempo, a velocidade média do trânsito em Londres aumentará.

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5. Primeira cobrança de prêmio de seguro por quilômetro

A análise de dados em tempo real possibilitará às seguradoras personalizar seus serviços, oferecendo aos motoristas experientes um seguro mais barato se dirigirem em uma área segura. No entanto, se decidirem dirigir em uma área com alto índice de acidentes, poderão pagar um preço maior.

A análise de dados em tempo real possibilita um modelo de pagamento altamente customizado, no qual, em teoria, os motoristas pagam mais por dirigir à noite, quando dispositivos em suas próprias vestes indicarem que seu julgamento pode ter sido comprometido pelo consumo de álcool.

6. O setor automotivo se juntará à economia compartilhada

Com os dados, os clientes poderão entrar em qualquer carro e acessar imediatamente seus detalhes e informações anteriores. O sistema de uso do carro seria regido por um sistema operacional familiar como o Android ou iOS e não pelo veículo.

Esse processo confere um aspecto de economia compartilhada ao setor automotivo, permitindo que os usuários utilizem carros emprestados ou os emprestem para reduzir o custo total de propriedade.

7. Motoristas trocarão dados por veículos mais baratos

A "etiqueta de preço" de um automóvel será determinada pela quantidade de dados que o motorista deseja compartilhar. Quanto maior, mais barato custará o carro. Mas o preço aumentará se o motorista optar por deter a propriedade de alguns ou de todos os dados.

Assim, os consumidores poderão controlar melhor certos dados, como velocidade, localização e desempenho de peças, enquanto as fabricantes poderão gerenciar os dados disponibilizados a elas e usá-los para melhorar a experiência e a fidelidade do cliente.

8. Opção "apagar histórico"

A Comissão Europeia estabelecerá uma norma exigindo que os carros sejam vendidos com a opção "apagar tudo". Dessa forma, os motorista poderão apagar os dados instantaneamente, com o clicar de um botão, como em um browser de navegação na internet. Na abordagem do Google, uma opção que apaga o histórico não removerá todos os dados, apenas evitará que eles sejam acessados por terceiros.

9. Pit-stops de Fórmula 1

O modelo tradicional de serviços de pós-venda passará por uma mudança, possibilitando a troca de peças em tempo real. Os motoristas serão informados quando um serviço ou peça for necessária e alertá-los no painel sobre as várias opções.

Empresas de e-commerce, como a Amazon, concorrerão com fornecedores tradicionais para enviar peças para o melhor local e pelo melhor preço. Quando um motorista precisar de uma nova bateria durante uma viagem longa, por exemplo, a peça poderá ser fornecida a um posto de serviços na estrada, junto com os serviços mecânicos necessários para instalá-la. A longo prazo, isso eliminará a necessidade de manutenção anual do veículo.

*Via