24 de Março de 2016 Cofundador do Uber agora investe em caminhões no Brasil
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Cofundador do Uber agora investe em caminhões no Brasil

por Eduardo Ruano

Em 2009, Oscar Salazar, juntamente com outros dois sócios, Travis Kalanick e Garrett Camp, cofundou a Uber, empresa que em menos de seis anos se tornou uma das maiores companhias do mundo. Salazar aposta agora que o mercado brasileiro de cargas rodoviárias passará pela mesma transformação que o transporte individual de passageiros, motivo pelo qual acaba de se tornar investidor e diretor da CargoX, primeira transportadora do país impulsada por tecnologia. A previsão é que nos primeiros dois anos de operação, o investimento chegue a R$100 milhões.

Além do empresário, Eddie Leshin, outro executivo do mercado de transportes, que atuou como diretor da C.H Robinson e foi COO da Coyote Logistics - ambas somam um faturamento de mais de R$56 bilhões por ano -, também será investidor e ocupará o cargo de diretor estratégico de Operações na CargoX.

Outro nome de peso é o americano Hans Hickler, ex-CEO da DHL Express nos Estados Unidos. Completam o time de investidores o Valor Capital Group (fundado por Clifford Sobel, ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil), Agility Logistics (uma das maiores empresas de logística com mais de 500 escritórios em 100 países) e Lumia Capital (fundada por Martin Gedalin, ex-Oracle e Chris Rogers, co-fundador da Nextel Communications).

Conectada em tempo real por um aplicativo com mais de 100 mil caminhoneiros autônomos, a empresa vem sendo estruturada desde meados de 2015 e é pautada em algumas das principais diretrizes do Uber: agilidade, flexibilidade e qualidade na experiência do contratante do serviço; além de uma base de motoristas cadastrados com processo de triagem rigoroso e responsabilidade pelas cargas transportadas.

"Utilizamos a ociosidade da frota autônoma do país com o cruzamento das rotas de nossos clientes para otimizar os envios. Com essa tecnologia por trás da CargoX, permitimos que os embarcadores tenham uma economia inicial de até 30% no valor do frete", esclarece Alan Rubio, diretor de transportes da CargoX.

Para Oscar Salazar, o momento econômico que o Brasil atravessa também foi uma oportunidade para a criação da companhia. Segundo o executivo, o mercado brasileiro de frete opera com 40% de ociosidade em sua capacidade.

"As transportadoras brasileiras estão sob a pressão da crise econômica e, justamente por isso, vamos oferecer um serviço de melhor qualidade e menor custo. Para nós, é o momento de apostar no país e crescer de forma exponencial, impactando positivamente no valor operacional da cadeia logística", afirma.

"Pretendemos revolucionar o mercado de transporte de cargas no país, com o fortalecimento da cadeia logística. Nós acreditamos em um crescimento rápido, com faturamento que pode ultrapassar os R$48 milhões no primeiro ano de atuação", prevê Salazar.

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