Brasil e Argentina irão renegociar acordo automotivo em abril
por Eduardo Ruano
Os governos de Brasil e Argentina irão se encontrar no mês de abril para renegociar o acordo automotivo entre os dois países. O atual acordo vende no dia 30 de junho.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, os dois países querem uma “plataforma industrial integrada” para tornar a indústria regional mais competitiva no Mercosul, em relação aos outros blocos econômicos.
Monteiro deu entrevista em Buenos Aires, após um encontro com o ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, no qual o principal tema foi o acordo automotivo. Um dos aspectos que tem dificultado a liberalização do setor é a adoção, por parte de cada país, de políticas próprias de incentivos à indústria, que acabaram criando assimetrias.
O atual regime automotivo determina que, para cada U$1,5 em veículos e autopeças que o Brasil exporta para a Argentina, deve importar US$1 desses produtos do país vizinho. Além disso, existia a Declaração Antecipada de Importação (DJAI), que restringia as importações e afetava os exportadores brasileiros. O DJAI foi eliminado pelo novo governo argentino, e substituído por outras medidas que afetam muito menos os produtos brasileiros.
Os países buscam resolver diferenças para fortalecer a indústria regional e conquistar outros mercados. Entretanto, Monteiro disse que a criação de um regime de livre comércio nesse setor ainda vai demorar. "Eu imagino um horizonte inferior a cinco anos".
O ministro afirma que o acordo será vital para conquistar outros mercados. "Estamos negociando um acordo de integração com a União Europeia", explica ele.
A negociação entre Mercosul e os 28 países da União Europeia avança rapidamente, e a conversa para liberalizar o comércio entre os dois blocos pode começar ainda nesse semestre.
